São nessas noites sem eira nem beira
Que se descobre a dança desengonçada
Dos bonecos mamulengos a cantar na escuridão
São nesses tapas de quarta feira enrugada
Que palhaços bailando em poças de sangue
Nos revelam a superficialidade dos beijos
E o enfado da madrugada agitada
Mas o que perguntar para garrafas e copos
Se seus sorrisos já respondem lamúrias à boca?
Fim do mundo movido à Vodka barata
Noite clara eterna
Esses dias estão escuros
Mas do sorriso envergonhado
A gente tira a luz embriagada de cada dia
E aprende que a ressaca do mundo nos constrói
O vômito da rua nos leva de esquina em esquina
Ao som do protesto e do teatro vampírico
Pra cama, para o esquecimento
E o amanhecer borbulhante da volúpia
A janela se rasga e implora por um poema:
Não! Só depois que a dor de cabeça acabar.
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