O que sou?
folha
pêlo
contraste mal visto
apelo
risco
não corrido
saltos no jardim
assim: se esvaindo.
cheiro do manto negro
pelos cantos das horas
e seu olhar arredio nas frestas
de um momento
que não
poderá
ser esquecido
nem lembrado
mas se
asfixiará
num arroto
seco de existência falha
que
antes
NADA
seri-
além
de uma
Queda
no chão sólido
Mas que agora
se espalhará
por poços
olhares
refúgios
sonhos acordados
empurrando as lágrimas menos salgadas
e exterminando
os sorrisos
mais inocentes
Estalidos
noturnos
afagos
cor de areia
pena
dor
Não é mais meu
nem nosso
nem Dele
incendeia
o céu,
amigo
no silêncio
na dúvida
no pecado
Congela o inferno
et
succumbat
E gera a vida
com tua carne
e tua
miséria
agora assim: nas trevas
^.^ - Willy - * 07/02/2001 + 21/10/2010
Marcadores: POESIA COMPLETA Rabiscado por Bruno Honorato
Abaixo o Protesto!
João nasceu de um coito entre moitas
Durante o êxtase da liberdade dos pobres
Sangrou feito galinha sorriu pra um mundo que não sorriu de volta:
O País não conseguiu abortá-lo.
Tentou, porém. Xingou a mãe a música o muro a poesia.
Ruminou para negar-lhe o salário o pão a roupa o livro
João correu: Corre João! Lá vêm as gravatas!
João caiu; se levantou; chorou a dor.
Sorte que só chorou a dele.
Na sua mão não cabe o vizinho a irmã o judeu
Coube a pipa o controle o consolo
Mas não teve nenhum.
João sabe ler? Pega um livro João!
Leia a ganância e a glória dos dias
Envolvidas nas lombrigas das fábricas
De mentes enlatadas
A rua com cheiro de peixe e câncer
Alimenta-se da tua indiferença
E do teu sorriso estóico de Bíblia traduzida
Vamos levantar de nossas camas
Úmidas sentar à frente da Televisão
E gozar da felicidade plástica de cada dia
João?
João?
Joãããããããooooo!!!??
Morre João
Sai desse dia
Dessa tarde
Na malícia que não veio
No delírio que te mentiu
No Jornal que não sorriu
Quer viver João?
Então não chora João
Não sente
Não reclama
Durma
Banha na lama
Seja feliz.
12/09/2009
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