Aos 87 anos morreu hoje o escritor português José Saramago. Cético e comunista convicto, Saramago ascendeu a Literatura portuguesa e foi o único escritor da nossa língua a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Audacioso e polêmico o autor marcou leitura de uma legião de fãs que apreciavam e ainda apreciam sua obra forte e crítica. Autor do grandioso e controverso livro O Evangelho segundo Jesus, livro que desencadeou uma forte censura, que por sua vez gerou a decisão de Saramago a sair de Portugal ir viver com sua esposa em Lanzarote nas ilhas Canárias.
Em suas entrevistas mostrava claramente o amor que sentia por seus pais e avós.Filho de analfabetos, José Saramago declarava que seu grande ídolo era seu avô, assim como sua avó, criador de porcos, iletrado, de origem pobre e vida difícil. Ainda jovem se interessou pela leitura e depois deste ponto não mais largou a paixão pelos livros.
"O filho de José e de Maria
nasceu como todos os filhos dos homens,
sujo de sangue de sua mãe,
viscoso das suas mucosidades
e sofrendo em silêncio.
Chorou porque o fizeram chorar,
e chorará por esse mesmo e único motivo."
(José Saramago)
Lutou por suas idéias, escreveu o que realmente pensou e quebrou a banalidade de morais estabelecidas.Dramaturgo, contista e poeta, Saramago nos deixa sua obra escrita e seu conjunto de idéias que provavelmente serão inspiração para vários escritores que amam essa figura brilhante e intelectual.
Deixo aqui (o mínimo que posso fazer), essa última consideração à esse pensador que estimo e leio com tanta paixão.
"Intensamente em seus braços gelados;
que a morte o tenha:
Nada mais."
(B. Honorato)
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