As borboletas de plástico brilham na porta da
Ampla e não tão rica geladeira,
Ouço passos na cozinha, que me vêm
Aos ouvidos vagarosamente.
Imagino que os olhares dos encolhidos são
Quase imóveis e posso sentir atos humanos,
Estes, tão frágeis têm na boca um gosto
De não sei o que, a salivar.
A diferença de gostos vagando pelas
Prateleiras, esquecendo até se é
Doce, salgado, azedo ou outro sabor,
É bem diferente da emoção reprimida
Em um livro de receitas.
Uma ampla sala se torna clarão,
Escuridão, clarão, escuridão.
O silêncio noturno quebrando com sons
De mastigar, me faz perguntar:
Será que minhas netas deixarão
Um pedaço de bolo pra mim?
By Normancy
N.A: Parafraseada ao Poeta Bastardo e sua poesia "No Intervalo"
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