O que sou?

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Porto Velho, Rondônia, Brazil
Si.
#pensamento solto 1 de 8

talvez não sejam as coisas se tornando mais difíceis e melancólicas mas sim estabilizando sua estrutura e seus movimentos. o período poroso e ácido que é quando a factualidade e a concepção dos fenômenos estão se neutralizando. e ainda é só o começo

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O enfermo



Sofro de uma poesia angustiada


Amargurada


Que magoa sua amada pelo vício no delírio que é a tristeza


Reviro-me na cama pra afastar essa poesia carbônica, mutilada pela paciência


Insistente letra que segue o fluxo de meu braço e me impele ao sofrimento


Que é parir a palavra




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Casa Grande & Senzala e a Contemporaneidade




Caí carinhosamente nos braços de sinhá século XXI.
Um carinhoso nefasto, obediente.
Cheio de promessas, revoluções e fins do Mundo.
Um vinte um maciço. Heterogêneo. Homoafetivo, agora.

Dizem até que nem é real, é mais, mas vale menos: hyper
Do tipo que manda o memorando por e-mail assinado pelo servidor fulano de tal.
Pousei aturdido. Tanta cor e tudo tão monocromático.
Tanto preço encardido na calça no poste no crachá de comissão.

 Acho que cheguei tarde.
Tem vaga para curso superior MBA, PHD com certificado e 200 horas de prisão                                                                                 [extracurricular] 

Tem feijão preto na geladeira do peão.
Tem arroz e areia na mão negrinho.

Sinhá século XXI tem pressa.
Vai perder a reunião com o senhor Pós-Modernidade
E o velho Capital. 
Sinhá século XXI é cheia de surpresas e façanhas e absurdos.

É o mundo que está ficando velho.



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Pluralidade


A caneta que tenho em punho veio de algum lugar que não sei. Tem livros aqui do lado da França da Grécia Alemanha China. Creio que a mochila é boliviana. Os artigos das revistas na estante vêm de lugares que ninguém se importa muito. Tem pôsteres de Itália e da Inglaterra. A cama de madeira vem do suor brasileiro. A merda que depositei agora pouco no vaso tem restos de alimentos diversos da Suíça Estados Unidos Inglaterra, creio também. O pão é caseiro, veio daqui mesmo. O vírus que me faz o nariz escorrer agora pode ter vindo de muitos lugares. Minha lixeira tem farelos de biscoitos cinza de cigarros plástico industrial e jornal velho com um classificado que li, mas não encontrei apartamentos acessíveis nem empregos que me aceitem como sou; só hermafroditas e prostitutas trocando sexo por dinheiro. Assim talvez caguem mais pluralidade nos vasos deles. Porcelana de algum outro lugar. Látex de restos de camisinha e sêmen velho. O fogo do meu isqueiro pode ter vindo do comburente de deus ou da puta que pariu mesmo. O lagarto na parede veio da África; descobriram que ele come as aranhas marrons de Curitiba. Muita gente que caga pluralidade e deixa os restos de sêmen no chão estavam morrendo da picada. Ou talvez do capitalismo. Tem madeira em forma de papel perto da porta e tinta que diz uma lista de autores pra ler e regras de ABNT pra se seguir. Cortador de unha clipe de papel calculadora que meu avô me deu e um copo de vidro ou seria pote de maionese em que bebo a água da torneira. Café e açúcar o açúcar mesmo que fez os ciclos assim como o café a borracha a água e o nitrogênio. Vieram de lugares distantes e de mãos sujas diferentes e vão para o cano de esgoto diferente e para o ratinho lectospirante diferente. E a palavra veio de papeis diversos que li e me esqueci, alguns eu lembro e cito baboseira de outros cagões. O tédio que me levou à caneta pode ter vindo da ferrugem dos dias ou da pobreza das relações sociais. As cinco mil substâncias tóxicas que recheavam meu bastão do câncer vieram de putas e máquinas aleatórias não sei de onde e agora já acabaram pintando de um marrom-morte a carniça de meu pulmão. O gosto de sono veio dos campos de Morpheu e agora invadem minha noite que vem e volta todo dia até não precisar mais.




(poeta bastardo)

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Obviedade






Há por cima daqui ratos fungos arqueas
Tijolos postos com má vontade
Ar frio das quatro e cinquenta da manha
Tem também solidão do pobre coitado
O gelo do desabrigado
A beleza de um infinito de gás em combustão
Compondo de poesia um rapaz feliz com um beijo

Por cima da minha cabeça do teto da cerâmica
Do apartamento a cima das consciências a cima
Da antena de TV a cabo dos vagalumes
Tem hálito de palavras ditas longe
Palavrão promessa arrependimento
Tem um globo inteiro girando
Em um ritmo mórbido que é o dia e a noite.


(Poeta Bastardo)

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Cyber-Head ou Poema de necessidade Pós-moderno





É preciso saber que não se sabe tudo.
É preciso saber que não se pode acessar todos o sites.
É preciso saber que não se pode ler todos os livros.
Não se pode comentar em todos os blogs
Tuitar todas as frases feitas.

É preciso ter um Deus
É preciso ter seguidores na sua página.
Justiça e Ética não é preciso.
É preciso pornografia e pedofilia
Nas páginas escuras, criptografadas.

Não é preciso Papel A4
É preciso um pen drive para levar o projeto.
É preciso Cavalos de poemas em forma de trojan.
Não é preciso apalpar o livro.
Não é preciso amar as pessoas. É preciso um HD maior.

Um processador mais rápido.
É preciso processar todas as informações...
È preciso...

ERROR 021 (net::ERR_HUMANITY_DISCONNECTED): A conexão com a realidade foi perdida.



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